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23.5.11

Posso ser bela como a lua
Mas confesso que não tenho fases
Radiante como as estrelas que aparecem no céu
Mas não possuo aquele brilho constante
Ardente como o sol
E demasiadamente fria como as chuvas de inverno
Eu posso até me fantasiar de vento
Mas nunca poderei voar
Não sou grande como os sete mares
Mas sou do tamanho do monte Everest
Sou previsível como a neve, a chuva e o sol em dias de verão
Mas sou abalável como os terremotos e vulcões
Vulcões estes que entram em erupção dentro de mim
Mas sou gelada assim como um iceberg
Faço fronteiras com você e com o mundo inteiro
Mas no meu coração ainda há limites
Assim sendo, serei a primeira folha da primavera iluminando seu setembro
Pois assim será, quando eu tocar seu coração e cair de um penhasco
Isso sim, no último dia de outono.

A vida humanizada. Eu havia humanizado demais a vida.